SEMPRE VOCÊS

MARIAMA ISABELA E PEDRO HENRIQUE.

Sempre procurei fazer o melhor que pude, é certo que em muitos momentos falhei, mas não foi intencional, e minhas falhas demonstram que sou humano e tenho defeitos. Mais estou certo que tenho virtudes, em especial o amor que sinto por vocês. Uma das minhas falhas estava relacionada com o tempo, tempo este que não soube administrar em sua plenitude. Mesmo nesse tempo busquei fazer, ao estudar e me ausentando tanto, uma preocupação com vocês, pois sempre falei que os meus esforços são seus, hoje não é diferente.

Não sei até que ponto essa falta de tempo nos prejudicou. Lembro que procurei estar presente mesmo ausente. Agora existe uma longa estada que teima em nos separar. A saudade é enorme, mas ainda não posso lhes dá o tempo que desejo. Essa estrada importa pela distância, não foi minha obra, não foi minha vontade, talvez um dia até eu tenha tempo para entender as coisas.

Lembro-me de uma mensagem que recebi de você filha e me faz chorar todas as vezes que leio, essa historia reflete a nossa realidade foi a que conta a historia do tempo:

Um menino, com voz tímida e os olhos de admiração, perguntou ao pai, quando este retornou do trabalho:

__ Papai quanto o senhor ganha por hora?

O pai num gesto severo, responde:

__ Escuta aqui meu filho, isso nem a sua mãe sabe, não amole, estou cansado.

Mas o filho insiste:

__ Mas papai, por favor, me diga quanto o Senhor Ganha por hora?

A reação do pai foi menos severa e respondeu:

__ Três reais por hora.

__ Então o Senhor poderia me emprestar um real?

O pai cheio de ira, tratando o filho com brutalidade, respondeu:

__ Então essa era a razão de querer saber quanto eu ganho? Vão dormir e não me amole mais, menino aproveitador.

Já era noite, quando o pai começou a pensar no que havia acontecido e sentiu-se culpado. Talvez, quem sabe o filho precisasse comprar algo. Querendo descarregar sua consciência doida, foi ate o quanto do menino e, em voz baixa perguntou:

__ Filho esta dormindo?

__ Não papai. Respondeu sonolento o menino.

__ Olha, aqui esta o dinheiro que me pediu: um real.

__ Muito obrigado papai – Disse o filho, levantando-se e tirando mais dois reais de uma caixinha que estava sob a cama.

__ Agora já completei papai. Tenho três reais. Poderia me vender uma hora de seu tempo?

Sempre procurei direcionar os meus objetivos para vocês, meus filhos, quantas vezes deixei de fazer ou adquirir coisas para mim e fiz para vocês, acho que essa é uma das funções de pai.

Em algumas funções prazerosas de pai me lembro das muitas noites que acordava para cuidar de vocês, procurava na madrugada vigiá-los em busca de lhes dar proteção em um simples ato de acomodar as cobertas, tinha ali alguns minutos de tranquilidade, vocês dormiam, era o meu tempo.

Lembro-me das muitas vezes que lhes dei banho e comida, cada um em seu tempo, era a proteção que o pai fazia. O certo é que vocês estão crescendo e o tempo da história esta passando, não vai ser o dinheiro que vai nos dar esse tempo que estamos perdendo, e sim o amor que sinto por vocês.

Sempre procurei ama-los em primeiro lugar, e não seria diferente, vocês sempre serão meus amores, independente do rumo da vida, pois a minha vida são vocês.

Que vocês tenham em mente:

A vida de vocês será sempre a minha vida.

A Alegria de vocês será sempre a minha alegria.

A dor de vocês será sempre a minha dor.

A saudade de vocês será sempre a minha saudade.

A ansiedade de vocês será sempre a minha ansiedade.

O desejo de vocês será sempre o meu desejo.

O sonho de vocês será sempre o meu sonho.

A minha casa será sempre a casa de vocês.

O meu amor será sempre o amor por vocês.

Simplesmente os amos e que DEUS em seu tempo de pai, conceda a esse pai todo tempo do mundo para recuperar o tempo perdido.

Do pai Humberto Matias Ferreira da Nóbrega.